Riachão tava cantando, na cidade do Açu.
Quando apareceu um nego na espécie de urubu.
Tinha casaca de sola, calá de couro crú.
E beiços bronzes e virados na grossura de um chinelo.
Com um olho muito encravado, outro macete amarelo.
Ele chama Riachão para vir cantar martelo.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar.
Riachão arrespondeu: não canto com engo desconhecido
Ele pode ser escravo, anda por aqui fugido.
Aprendi com Deus não posso correr perigo.
E beiços bronzes e virados na grossura de um chinelo.
Com um olho muito encravado, outro macete amarelo.
Ele chama Riachão para vir cantar martelo.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar porque
Eu sou livre como vento. Minha linhagem é nobre.
Mas dentro da grandeza não saio da raça pobre.
Confirmei sua presença, o senhor já está amarelo.
Não! quero saber de ti pois tu és um traidor.
Fizeste mau a Ele, quanto mais ao pecador.
Não posso correr perigo, foi Ele quem me ensinou.
Que tudo nessa vida que se tem hoje tem que dá valor.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar.
Dá, dá no nego, no nego você não dá.
Dá, dá no nego se não der vai apanhar