Pulei no lombo do tempo, soltei as rédeas da mente,
As porteiras da saudade se abriram na minha frente
Pelo estradão do passado, voltei a terra querida,
Navegando na lembrança que eu passei por toda infância,
Pedaço doce da vida.
Apeei bem na divisa e debrucei na porteira,
Fiquei horas contemplando, a velha fazenda inteira,
A colônia na baixada, lá do alto eu avistei,
Um pica-pau assustado, fez um barulhão danado,
Avisando que eu cheguei.
Solo de introdução
O velho ipê amarelo ficou verde de tuim,
Orquestra de maritaca se apresentou só pra mim,
Passou voando baixinho a linda arara azul,
Sabiá e pássaro preto me saudaram em dueto,
Lá na moita de bambu.
Araponga lá na mata bateu forte o seu metal,
Um galo cantou bonito, lá no fundo do quintal,
Percorri toda a fazenda para matar a saudade,
Onde vivi com o meus pais, depois disso nunca mais,
Eu fui feliz de verdade.