A deusa da minha rua tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar.
Nos seus olhos, eu suponho, que o sol, num dourado sonho,
Vai claridade buscar!
Minha rua é sem graça, mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta é uma paisagem de festa,
É uma cascata de luz!
Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão.
Tal qual o chão da minha vida a minha alma comovida
o meu pobre coração.
Infeliz da minha mágoa meus olhos são poças d'água
Sonhando com o seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu e ela é nobre
Não vale a pena sonhar