Fiz altar pra santo Isidro
Pra salvar a plantação
Pra salvar o pontilhão
Com tanta chuva eu já estava preocupado
Pois tenho que visitar a china que mora do outro lado
O rio sobe chegando na soleira da porta
Ao lado do borralho penso na distância
No peito a ânsia nada mais me conforta
Nem o pingo nem a riqueza de estância
Miro a china do outro lado e me bate o desespero
O rio tá roncando grosso e alagou todo o potreiro
Mas sou índio macho, guapo e nadador
Eu sou costeiro
O rio que mata a sede e a fome de alimento
Também leva o pontilhão do fruto do meu suor
E a minha plantação é que garante o meu sustento
E o futuro com a china para quem jurei amor
14 dias que eu não vejo a china me aperta o peito
A lida é dura, a pampa e o manejo do gado
Vou fazer a travessia de qualquer meio jeito
E quando o rio baixar eu volto de lá casado
Miro a china do outro lado e me bate o desespero
O rio tá roncando grosso e alagou todo o potreiro
Mas sou índio macho, guapo e nadador
Eu sou costeiro
Miro a china do outro lado e me bate o desespero
O rio tá roncando grosso e alagou todo o potreiro
Mas sou índio macho, guapo e nadador
Eu sou costeiro