Band Inocentes <img src="https://static.mimenor.com/images/flags-icons/br.svg" width="20" height="15" alt="br" title="br" onerror="this.src='https://static.mimenor.com/images/icons/empty.svg'"> > G

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O Inocentes nasceu em agosto de 1981, formado por três ex-membros do Condutores de Cadáver, banda punk que durou de 1979 a 81, Antônio Carlos Calegari, (guitarra), Marcelino Gonzales (bateria) e Clemente (baixo), este, o mais experiente, pois já havia tocado no Restos de Nada, uma das primeiras bandas punk paulistanas, que ajudou a fundar em 1978, junto com Douglas Viscaino. Os três chamaram o novato Maurício para assumir os vocais. Não demorou m ... uito para o Inocentes se destacar na cena paulistana, e ser convidado, junto ao Cólera e ao Olho Seco, a participar da coletânea "Grito Suburbano", o primeiro registro sonoro das bandas punks brasileiras, lançada pelo selo Punk Rock Discos em 1982. Com a explosão do movimento punk paulistano para todo o Brasil, o Inocentes conseguiu projeção nacional e se tornou um de seus porta-vozes. Um manifesto escrito por Clemente para a revista "Galery Around", da onde saiu a frase "Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer", causou o impacto de um soco no estômago. Eles viraram personagens do documentário em vídeo "Garotos do Subúrbio", dirigido por Fernando Meirelles ("Cidade de Deus"), e exibido no MASP em 1982, e do curta "Pânico em SP", dirigido por Mário Dalcêndio Jr. No fim do mesmo ano, já com um novo vocalista, Ariel Uliana Jr., participam do antológico festival "O Começo do Fim do Mundo", no SESC Pompéia, em São Paulo, que foi registrado ao vivo e lançado em disco no ano seguinte em forma de coletânea. Em 1983, fazem parte da invasão ao Rio de Janeiro por punks paulistanos, tocando no Circo Voador com sete bandas paulistas e mais Paralamas do Sucesso, de Brasília, e Coquetel Molotov, do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, entram em estúdio para gravar seu primeiro LP, "Miséria e Fome", que tem dez de suas treze músicas censuradas e acaba virando o compacto "Miséria e Fome", com apenas três faixas liberadas. Participam do média-metragem "Punks", dirigido por Sarah Yakni e Alberto Gieco, e, no fim do ano, já em trio, com Clemente nos vocais, a banda acaba em pleno palco do Napalm, casa noturna precursora do Madame Satã. Eles estavam de saco cheio dos rumos que o movimento punk havia tomado, as brigas entre gangs aumentavam a cada dia, não havia mais shows, zines e gigs. Então, resolveram encerrar suas atividades. O Inocentes voltou um ano depois, 1984, com uma nova formação. Antônio Parlato, o Tonhão, na bateria, André Parlato no baixo, Ronaldo dos Passos na guitarra e Clemente nos vocais e guitarra. E também com uma nova proposta, um som mais próximo do pós-punk, e o objetivo de tocar além das fronteiras do movimento, com bandas como Patife Band, Ira!, Mercenárias, Voluntários da Pátria, Smack, 365, etc. O chamado Rock Paulista. Foram shows antológicos no Lira Paulistana, Zona Fantasma, Via Berlim, Rose Bom Bom e Circo Voador, no Rio de Janeiro, onde fizeram a abertura de um show da então já conhecidíssima Legião Urbana. Nesse mesmo ano, o "Grito Suburbano" é lançado na Alemanha com o nome de "Volks Grito", pelo selo Vinyl Boogie, e a banda é incluída na coletânea "Life is Joke", junto de bandas americanas, inglesas, espanholas, finlandesas, etc., lançada pelo selo Weird System também da Alemanha. Foram dois anos na estrada underground, até que, em 1986, Branco Mello, dos Titãs, leva uma demo deles para a Warner e finalmente eles são contratados por uma grande gravadora e lançam o mini-LP "Pânico em SP", produzido por Branco e Pena Schmidt, tornando-se a primeira banda punk brasileira a gravar por uma multinacional. O disco causa o maior estardalhaço na mídia e a banda excursiona por todo o Brasil pela primeira vez. As vendas na Warner são boas, mas não são as esperadas pela gravadora. Apesar disso, a banda conquista respeito e público por todo o país. O segundo disco pela multinacional sai no ano seguinte, 1987, e se chama "Adeus Carne". Dessa vez é um LP produzido por Geraldo D'Arbilly e Pena Schmidt. E contém hits que martelaram as rádios rock, como "Pátria Amada", "Tambores" e "Cidade Chumbo". O show de lançamento, realizado no Center Norte, no estacionamento do shopping na zona norte de São Paulo, reúne mais de dez mil pessoas. Apesar de tudo isso, a gravadora deixa a banda de lado por considerá-la "difícil" de trabalhar. O terceiro disco pela Warner só vem em 1989, produzido por Roberto Frejat, do Barão Vermelho. É um disco um tanto confuso, desde a capa, onde a banda aparece nua e algemada, até o conteúdo, uma mistura de rock'n'roll, punk, rap e sei lá mais o quê. Tudo isso é resultado da pressão exercida pela gravadora em cima da banda. Não que o disco seja ruim - contém clássicos como "A Face de Deus" e "O Homem que bebia demais" -, mas o clima dentro da banda esquenta, tornando-se insuportável. A capa foi o resultado de uma tentativa da banda em persuadir a gravadora a não colocar os quatro na capa novamente, mas eles adoraram a foto e ela acabou saindo assim mesmo. As gravações foram um tanto tumultuadas e a banda preferia esquecer os shows de lançamento em São Paulo e no Rio. O resultado de toda essa confusão foi a saída de Tonhão e de André Parlato, substituídos por César Romaro, na bateria, e Mingau, no baixo, e por fim a saída da banda da Warner. O início dos anos 90 foram terríveis. Sem gravadora, o Inocentes ainda teve de aturar uma terrível onda de cover que assolou o país. Foram anos difíceis, com poucos shows e pouca grana. A banda, traumatizada, tomava rumos cada vez mais distantes do punk rock que a consagrou. Em 1991, uma demo com a música "O Homem Negro" chegou à rádio 89Fm e tocou sem parar. A música, uma mistura certeira entre punk, rap e rock, conquistou novos fãs e abriu novos horizontes para a banda, que, em 1992, lança um disco quase acústico, o "Estilhaços", pelo selo Cameratti. Pela primeira vez a banda freqüenta o circuito de shows da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo, fazendo vários shows gratuitos em casas de cultura pela periferia da cidade. A faixa "Faminto" toca sem parar nas rádios rock e a banda volta a excursionar. Em 1994, o peso das guitarras começa a voltar no novo trabalho que se chama "Subterrâneos" e é lançado pela gravadora Eldorado. A banda participa do curta-metragem "Opressão", de Mirella Martinelli, onde interpreta a si mesma e Clemente é assassinado em pleno palco por um bando de skins nazistas. O filme ganha vários prêmios pelo mundo. Clemente grava com Thayde e DJ Hum, uma versão de "Pânico em SP" que acaba mudando a letra e o nome para "Testemunha Ocular". A música faz parte da coletânea "No Majors Baby", produzida por Marcel Plasse para a gravadora Paradoxx, e é a primeira colaboração oficial entre músicos de rock e rap em São Paulo. O Inocentes faz o show de abertura da apresentação que os Ramones fizeram no Olímpia, em São Paulo. Foram três dias de pancadaria, com Calegari voltando a banda, desta vez assumindo baixo no lugar de Mingau, que foi tocar com Dinho Ouro Preto. Os shows tiveram uma grande repercussão e, quando a banda se preparava para gravar um novo CD, veio outro baque: saem César Romaro e Calegari. Sem pestanejar, Ronaldo convoca Nonô, baterista do Full Range, e Clemente chama um velho amigo para assumir o baixo, Anselmo Guarde (ex-vocalista do SP Caos e ex-baixista do Viúva Velvet e do Fogo Cruzado). Com essa formação, no fim de 1995, a banda entra em estúdio para gravar seu novo álbum, "Ruas", que foi lançado no ano seguinte, 1996, pela gravadora Paradoxx. O novo disco retoma a pegada punk. A banda toca no primeiro Close-up Planet com Sex Pistols, Bad Religion, Silver Chair e Marky Ramone, que elogia a banda, o show, o novo disco e acaba amigo dos Inocentes, dividindo vários shows pelo interior. A apresentação no Close-up repercute bem e os Inocentes caem na estrada, chegando até Recife, onde se apresentam no Abril pro Rock de 1997. See more [+]