Meu avô é um tropeiro
O meu pai é um mineiro
Vejam só qual é a pira
De eu nascer em Curitiba
Quando eu me dei por gente
Estava no bigorrilho
Tempo da bala zequinha
Igreja do passarinho
Topei com tretas na mãnha
Debaixo de uma choupana
Brincava de esconde esconde
Também de pique latinha
Mas tinha lá balança caixão
Depois fui morar num bairro lá de santa amélia
Comer rã fisgada d'um valetão
Era um começo da minha cruz
Frequentar cinema em
Nossa senhora da luz da luz da luz
Depois me mudei dali
Pra debaixo da ponte do rio bariguí
Coberta de pena a caixa de engraxar
E sai
Com destino a boca maldita de busum
Me divertir
Mas tinha lá balança caixão
Conheci o frio sucinto
Com neves e geadas de 75
E depois eu fui conhecer o meu brasil inteiro
Apelidado até de carguero
Até que cresci
E me vi aqui
Em Curitiba a terra do guri
Foi o cacique cury que fundou ali
A Curitiba terra do guri
Mas tinha lá
Balança caixão
Mas tinha por lá
Balança caixão