Sou uma mulher comum
Que caminha esta vida antiga
Sinto o sopro de vida
Que me liga às almas irmãs
Canto na minha cantiga
Esta seiva que escorre sofrida
Mas que merece ser colhida
Lá ia, lá ia, lá, lá ia, lá
Cheguei só para semear amores
Lá ia, lá ia, lá, lá ia, lá
Das rachaduras vão brotar mil flores
Sou uma mulher comum
Que trabalha para ter o seu pão
Tive minha cota na vida
De dor, amor e solidão
Mas minha alma alumia
Com sois esta escuridão
O amor merece ser epidemia
Sou uma mulher comum
Confundida nesta multidão
Ando de peito aberto
Decidida a tomar meu quinhão
Canto alegria por certo
Pois o samba é minha profissão
O tambor há de tocar liberto