Meu canto é antigo, não é deste tempo
É o xucro lamento dos meus ancestrais
Já foi silenciado em tempos antanhos
Rompeu as amarras com seus ideais
Meu canto da terra, de alma e de vida
Meu canto guarida, pras dores que vem
Meu canto bandeira, raiz e semente
Cantar da minha gente, dos que quero bem
As vozes são livres e querem cantar
Pois sonhos são aves que teimam em voar
Nem a mão daqueles que vivem a ceifar
Irão conseguir este canto calar
O canto que a terra nos trás de presente
É o mesmo daqueles que habitam galpões
Que calçam esporas e navegam potros
Singrando estes mares verdes dos rincões
É o canto dos livres dos tauras de fato
Que tem na palavra seu jeito de ser
E que não se perdem em frases sem rumo
Campeando um sentido que não querem ter