Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir.
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir.
Rir é quase iludir,
É querer forçar
O próprio coração a gargalhar,
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor.
É mais sublime
A lágrima que exprime
As nossas emoções,
Amenizando a alma cheia de ilusões,
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz,
Não há ninguém feliz.
Quero fazer das lágrimas que choro
Estrelas a brilhar,
Rosas de cristal
Do pranto emocional,
Mas, se ela voltar,
Fulgente diadema então lhe ofertarei,
Do pranto que chorei.
Sim, quem nunca chorou
Certo nunca amou,
Talvez nem alma tenha para sentir.
Não me faz inveja este prazer
Eu gosto até de padecer.
Chorar é a mágoa em pérolas diluir,
Mas quem quiser amar
Certo há de chorar,
Há de sentir morrer o coração,
Porque o amor sendo belo, falaz,
Como os ais,
Se desfaz em ilusão.
Enviada por Roberto Crescioni