Mil doses num instante qualquer
Sempre à procura de um pedaço qualquer
Refletidos em imagens
De um povo estóico e errado
Numa profissão qualquer de fé
Hereges nus no altar
Donos de corpos sagrados
O peso num chão de vidro
A surdez mórbida de um poder
Acordaram a guerra
Tiraram o sono da guerra
Voltaram atrás, sedaram a paz
Cuspiram na face dela
( Em )
Serão as vidas a violar o tempo
Jamais esquecidas em sono ou dores
Nunca tão bem representadas como agora
O despertar do anjo mau dito
Há no mundo um pequeno segredo
Menor que uma estrela de mais luz
Mais até que a miserável desordem humana
Há no mundo vida
No mundo há vidas!
Não mais o medo
Não mais a dor
Agora somente a certeza
De que tudo é incerto
Acordaram a guerra
Tiraram o sono da guerra
Voltaram atrás, sedaram a paz
Cuspiram na face dela
Acordaram a guerra
Tiraram o sono da guerra
Voltaram atrás, sedaram a paz
Cuspiram na face dela
( Em )