Sem voz, sem mão
Eu pago o preço que mereço pra mostrar
Que sempre que apareço é pra te questionar
Como é que faz pra se pescar todo esse pão
Mas vou te contar
O que vi pela noite perto do clarão
Dois homens procurando a maior confusão
Pra decidir qual o peão que vai cair
Foi nesse mês que eu não vi você por ai
Foi dessa vez, você não me falou pra onde ir
Sem luz, sem fé
Sem atirar no meio esperando o final
Vivendo sem receio no seio imortal
Sem levantar a cabeça pra sair de pé
Não tem terminal
Chegando a procura de um lugar qualquer
Cheio da ditadura que ninguém mais quer
Escolha o que quiser aqui tudo é ilegal
Foi nesse mês que eu não vi você por ai
Foi dessa vez, você não me falou pra onde ir
Acho melhor parar, não da dá pra saborear
O gosto amargo e cinza que eu prometi guardar
Todos os que eu amava sob o chão
Nenhum deles tem ar e nem perdão
Não sei aonde enterraram solução
Sem voz, sem mão