Sangue na porta que vem
Sangue na porta que sai
Sangue nas mãos de alguém
Que prega, em vão uma paz
Sangue de dia, hoje tem
Sangue de ontem, esqueci
Sangue que pulsa, está bem,
Por aqui
Sangue que do além vem
Sangue que pro além vai
Sangue que sangue de quem?
Não importa de quem ele é mais
Lava-se o sangue que seca
Pra odor de ferro não ficar,
Ferro que com a tua vida
Acabará
To - dos os dias
Choro ao me levantar
Pensando em alegrias
Que não pude neste mundo encontrar
Por outro dia
Me censuram por querer amar
Meu sangue esfria
E agoniza em te ver me odiar
Sangue Marcondes que foi
Sangue Marielle que vai
Sangue de um dia que foi
É um dia que não volta atrás
Dá-se o grito de cego
A quem foi capaz de existir
Cego que segue pensando a
Vida aqui?
Meteu-se o chumbo no pássaro
Livre num céu azul
E quem mastigou a asa esquerda
Foi um covarde urubu
Em meio a Alvorada da vida
A Aurora não tarda a raiar
Quem segue por este caminho,
Vivo está
Que ale - gria
Doze facadas levar
Vem nostalgia
Da tristeza que irei carregar
Foge a memória
A esta altura, por onde andará?
Faz tão pouco tempo
Que valor tem este sangue que está?