Ó , meu amigo de sangue
Companheiro de lágrimas
Irmão de batalhas perdidas
Te escrevo a última carta
Em tom de despedida
Quem sabe ela possa um dia te alcançar
Perdoe a falta de filosofia
Mas eu só queria abrir meu coração
Pois esse momento são tempos difíceis demais
Esse momento são tempos difíceis demais
Não prometo visita
Eu não ando com pressa
Mas sei que algum dia vou te encontrar
Pra tomar um café
Conversar sobre a vida
Passado , pessoas que não têm lugar
Mas só por necessidade
Aguente a saudade não pense em voltar
Porque por enquanto são tempos difíceis demais
Por enquanto são tempos difíceis demais
Aquela gente falante e presente
Hoje anda afastada partiram quase por um triz
E o trem correndo
Vai desgovernado levando a todos pra um velho país
Com cheiro de fato esquecido
No fundo do armário
O gosto amargo da desilusão
E o desespero de quem não vê saída
Ó meu amigo de sangue
Irmão de batalhas
Algumas perdidas outras por vencer
Se cartas abertas
Não fecham feridas
Ao menos ajudam a fortalecer
Por isso de vez em quando
Me pego lembrando
Das palavras cortantes
Em bom português
De um antigo cantor
Compositor cearense
Que sempre dizia que
Mudar as coisas e amar interessa mais
Mudar as coisas e amar interessa mais