Houve um tempo em minha vida
Que não havia poesia nenhuma
Onde a vida só
Versava por meio mim
Como uma historia sem fim
Talvez poesia fosse
Sempre poesia tem de haver
No desapego de ser sem doer
Naquele medo, de doer sem ser
Na deselegância da desesperança
Na sutil vaidade que invade
Na dualidade
Nesse choro desmedido
No ego teimoso e invasivo
Na raiva que mais doía
Sempre poesia
Sempre poesia tem de haver
No chão que pisa
No ar que respira
No coração que toca
Na energia que troca
Sempre poesia
Que vibra