Oh que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade é tão escuro
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão
E a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia no bater do coração
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar
Parece até que a alma da lua é que descanta
Escondida na garganta desse galo a soluçar
Ai quem me dera que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde a tarde a sururina chora a sua viuvez
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão