Etelvina com seis meses já se tinha de pé
foi deixada num cinema depois da matinée
com um recado na lapela que dizia assim
quem tomar conta de mim
quem tomar conta de mim
saiba que fui vacinada
saiba que sou malcriada
Etelvina com dezasseis anos já conhecia
todos os reformatórios da terra onde vivia
Etelvina era da rua como outros são do campo
sua cama era um caixote sem paredes nem tampo